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A OBRA DE MARIA SIBYLLA MERIAN

Maria Sibylla Merian viveu em um lar propício para estudar as técnicas artísticas associando-as a sua curiosidade no estudo dos insetos. Ela antecedeu Johannes Goedart (1620-1668) e Jan Swardemman (1637-1680) no estudo detalhado dos insetos, mencionando a presença do “ovo”, na metamorfose dos insetos, em suas ilustrações.Além do ovo, suas ilustrações demonstravam a presença da lagarta e da pupa. Tinha a capacidade de diferenciar borboletas e mariposas, através das observações dos hábitos de vida de cada uma. 


Sua produção artística e científica ultrapassou as produções da época em que era comum ilustrar apenas o ser vivo em estudo, destacando sua anatomia. Merian registrava arranjos artísticos-científicos capazes de traduzir as relações ecológicas entre insetos e suas plantas hospedeiras, com riqueza de detalhes.


Em vida, Merian publicou três livros: o Livro das Flores, o Livros das Lagartas e o Livro do Suriname. O Livro das Flores teve sua primeira edição em 1675 e, mais duas edições: uma em 1677 e outra em 1680. Esse livro trazia pinturas de flores, buquês e guirlandas. Nele Merian conseguiu associar as atividades de mãe e dona-de-casa com a produção das suas ilustrações. Esse livro também foi responsável em preparar caminhos para a publicação de uma segundo livro, um pouco mais ousado do que as ilustrações de flores, o Livro das Lagartas.


O Livro das Lagartas foi publicado em 1679, a primeira parte e, em 1683, a segunda parte. Nesse livro Merian publicou cinquenta gravuras pintadas em aquarela, com imagens de diversos insetos, mariposas e borboletas, sempre atenta às descrições detalhadas das larvas, da alimentação e das transformações. 


Em 1705, ao retornar da expedição ao Suriname que durou dois anos (1699-1701), lançou seu terceiro livro, o Livro do Suriname ou A metamorfose dos insetos do Suriname. Merian foi a ilustradora, pintora, impressora e editora desse livro, com versões em alemão e latim. O livro apresentava setenta placas, com as observações e ilustrações de vegetais e animais, construído com o auxílio da população local com quem Merian estabelecia intenso diálogo para aprender sobre as características dos animais e propriedades das plantas locais. A segunda edição do Livro do Suriname foi publicada pelas filhas em 1719, dois anos após a morte de Merian.


Por mais de dois séculos os trabalhos de Merian ficaram restritos ao conhecimento de poucos. Apenas em 1974, com a publicação de suas ilustrações sobre os répteis, com edições em inglês, francês, alemão e russo, seus trabalhos se estenderam para o conhecimento em outros países. Além disso, em 1976 foram impressos mil exemplares do seu livro de estudos, pela Academia de Ciências da Rússia. Essas publicações permitiram a divulgação dos trabalhos de Maria Sibylla Merian.

 

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